É de fillers assim que eu gosto. Spoilers Abaixo:
Episódios como esse, que conseguem fugir dos rotineiros, apostando em uma estrutura narrativa diferente são sempre interessantes. Mesmo que às vezes não dê certo e eles acabem sendo episódios ruins, em nada compromete a temporada por tratar de arcos isolados. Mas dessa vez, em “Bitten”, Supernatural acertou e fez um excelente filler.
A série já havia apresentado um episódio com uma estrutura semelhante a esse na terceira temporada, na época em que os Ghostfacers faziam eventuais participações especiais em SPN. Mas até hoje eu me lembro de que o tal episódio tinha sido bem chatinho, diferente desse. Dessa vez o roteiro soube usar muito bem a fórmula, fazendo um episódio bem divertido. E o mais bacana é que o episódio foi protagonizado por um trio desconhecido do público, e Dean e Sam não passaram de meros coadjuvantes.
Brian, Michael e Kate, o trio de universitários que dominaram o episódio, foram realmente bons personagens. Obviamente eles foram extremamente clichês, mas, pelo menos do meu ponto de vista, essa foi realmente a intenção do roteiro, e isso funcionou bem. Não dava para criar personagens complexos e colocá-los como protagonistas de um episódio como esse. Ficaria mais difícil para o público se adaptar e se importar com os personagens, transformando assim o episódio em algo mais arrastado e cansativo.
E com os personagens simpáticos, eu acabei gostando de todo o episódio. Foi bem legal ver um caso de “monstro da semana”, na visão dos eventuais monstros, que na verdade eram apenas vítimas e não tinham realmente culpa de nada. A parte investigativa ficou bem ágil, afinal, apenas obtemos as respostas mais concretas e rápidas pelos Winchesters, porque já estávamos acompanhando dia a dia do que acontecia com Michael, Brian e Kate e só o que restava era dizer no que, de fato, Michael havia se transformado.
Eu só não gostei muito da distorção que fizeram com a mitologia de lobisomens. Em Supernatural, os lobisomens sempre seguiram a ideia mais clássica de serem criaturas que se transformam apenas na lua cheia, e agora, fizeram uma salada criando uma classe de lobisomens que podem se transformar independente da lua. Não me importa a explicação, não consigo gostar quando mudam as regras mitológicas assim, principalmente se tratando de um ser tão clássico, que todo mundo já tem a estrutura mitológica de cor desde a infância.
Outra jogada bem inteligente do roteiro foi do filme de Brian terminar no local onde Dean e Sam haviam chegado no começo do episódio. O modo trágico como as coisas acabaram entre Michael, Brian e Kate, também foi muito bom e completamente aceitável. Por mais que eu ache um pouco estranho eles três acreditarem em tudo muito fácil, Kate era a mais madura e lógica dos três, e realmente a única que talvez consiga viver sendo lobisomem. O destino dos outros dois já era mais esperado, pois mesmo Brian sendo um gênio acadêmico, ambos eram emocionalmente imaturos e tinham aquele jeito de “bobões”. Quando Brian foi transformado, eu já tive a certeza de que um iria acabar matando o outro.
PS: As piadas de Dean e Sam parecerem um casal estão por aí desde a primeira temporada e mesmo assim são sempre boas.
Review por Séries Maníacos.
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